Após semanas de bombardeios diários e cerco à região, Israel iniciou nesta terça-feira (16) uma ofensiva terrestre contra a Cidade de Gaza, considerada pelo governo de Benjamin Netanyahu o último bastião do Hamas no norte da Faixa de Gaza. Desde o amanhecer, pelo menos 78 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses, segundo autoridades locais.
O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que “Gaza está em chamas” e que o Exército atua “com punho de ferro” para libertar reféns e derrotar o grupo palestino. “Não recuaremos e não desistiremos — até a conclusão da missão”, declarou.
A entrada das tropas intensificou a fuga da população. Estradas rumo ao sul ficaram congestionadas por carros e pedestres, e Israel estima que cerca de 40% dos moradores já abandonaram a Cidade de Gaza. Muitos haviam retornado à região após uma primeira onda de deslocamentos durante os meses iniciais da guerra.
De acordo com militares israelenses ouvidos pela agência Reuters, as forças avançam em direção ao centro urbano e devem aumentar sua presença nos próximos dias, mantendo a ofensiva pelo tempo que for necessário. Israel também acusa o Hamas de utilizar arranha-céus como base de operações, justificando a destruição de dezenas de prédios nas últimas semanas.
A operação foi criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse que “este massacre deve parar imediatamente” e pediu o fim da “destruição indiscriminada de Gaza”. A Unicef classificou como “desumano” obrigar crianças a fugir novamente da cidade.
Ainda nesta terça, um comitê ligado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU concluiu que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza. O governo israelense rejeitou a acusação e contestou o relatório.



