A cidade de Cândido Godói, no Noroeste do Rio Grande do Sul, voltou a ganhar destaque ao promover mais uma edição da tradicional Festa dos Gêmeos, reunindo mais de 100 pares de irmãos em um encontro marcado por histórias compartilhadas, memórias afetivas e muitos “rostos em duplicidade”.
Conhecida mundialmente por seu índice excepcionalmente alto de nascimentos gemelares, a cidade carrega um fenômeno que há décadas desperta curiosidade de especialistas. Proporcionalmente ao número de habitantes, Cândido Godói possui a maior concentração de gêmeos do planeta, fato já documentado em estudos científicos.
Grande parte dos irmãos presentes nasceu no próprio município, mas muitos retornaram apenas para participar da celebração e rever a comunidade. Entre eles estavam Iria e Líria, atualmente moradoras de Teutônia (RS), que reforçaram o vínculo inseparável:
“Onde uma vai, a outra também vai”, contou Iria, em tom descontraído.
As teorias que tentam explicar o fenômeno variam. Alguns apontam para fatores genéticos, enquanto outros mantêm viva a lenda da água de um poço local, que supostamente aumentaria as chances de gravidez gemelar. Há ainda hipóteses já descartadas, como a que relacionava o caso ao médico nazista Josef Mengele — tese rejeitada por pesquisadores e moradores.
“Era um sujeito procurado internacionalmente, sem condições de circular pela região. Não havia sequer imprensa que divulgasse esse tipo de informação. Existem especulações, mas a evidência é que o fenômeno é genético”, explicou o professor José Ignácio Lunkes.
A festa, realizada no último domingo (23), celebrou sua 13ª edição, reunindo moradores e visitantes em atividades tradicionais. Após a missa, os participantes se agruparam para a foto oficial e visitaram o monumento da Mãe da Fertilidade, símbolo da identidade cultural e afetiva da cidade.



