O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou quatro servidores do Presídio Estadual de Getúlio Vargas por participação em um esquema que envolve peculato, tráfico de drogas, posse ilegal de munições, condescendência criminosa e prevaricação. A denúncia, apresentada na segunda-feira (24), é resultado da Operação Muralha e foi formalizada pelo promotor de Justiça João Augusto Follador.
A investigação revelou que um agente penitenciário desviou, entre 2016 e 2025, diversos itens da unidade prisional, incluindo alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e utensílios. De acordo com o MPRS, ele também mantinha e vendia medicamentos controlados, o que caracteriza tráfico de drogas, e tinha munições calibre .38 de forma irregular em sua residência. Os desvios ocorriam principalmente durante o turno da madrugada, período em que os colegas costumavam estar dormindo.
A ex-diretora do presídio foi denunciada por condescendência criminosa e prevaricação, por ter evitado responsabilizar o servidor envolvido e por adotar medidas que dificultaram investigações internas, como o afastamento de policiais que haviam relatado irregularidades. Um policial penal também foi denunciado por condescendência criminosa ao pressionar a diretora para manter a omissão. Já o chefe de segurança responderá por peculato culposo, por falhas na supervisão que favoreceram a continuidade dos desvios.
O Ministério Público pediu o prosseguimento da ação penal e requereu que os denunciados sejam condenados a reparar os danos causados, com valor mínimo equivalente a 20 salários mínimos.



