Previsto para ser apreciado na quarta-feira, o projeto que pretende viabilizar a criação de licitações para a concessão de parques e praças em Porto Alegre não foi discutido pelos vereadores da cidade na última sessão ordinária. O texto permanece como o primeiro na ordem do dia da casa legislativa, e deve entrar em pauta na segunda-feira.
A ideia da Prefeitura é a viabilizar contratos com empresas, interessadas em administrar os espaços por até 35 anos. Não é descartada a possibilidade de que alguns cartões postais de Porto Alegre, como o Parque da Redenção e a Orla do Guaíba, também sejam alvo de concessões.
O líder do governo Marchezan na Câmara, vereador Mauro Pinheiro, da REDE, descarta a possibilidade de que os locais passem a cobrar ingresso da população a partir da aprovação do projeto.
“A ideia do projeto é que a gente consiga trazer investimento privado para os parques e praças de Porto Alegre, melhorando a qualidade, oferecendo melhores condições para a população. A cobrança vai ser aonde tiver investimento, não para entrar no parque. Se aparecer uma empresa e estiver disposta a fazer as obras necessárias e vai fazer algum restaurante, colocar uma roda gigante, vai botar um parque, ela vai cobrar pelo parque, pelo restaurante”.
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A base governista acredita que o texto seja aprovado com tranquilidade pelos parlamentares. Entretanto, a oposição segue tentando dialogar para barrar a medida. O vereador Aldacir Oliboni, do PT, classifica a medida como “radical”, e ressalta que ela pode prejudicar os porto-alegrenses a longo prazo.
“Ninguém da iniciativa privada entra no negócio para perder, para ter prejuízo, entra para ganhar dinheiro. Obviamente de que ele pegando a concessão do parque da Redenção, tudo que ele colocar lá dentro, vai ter seus compromissos, mas vai poder cobrar ingresso. Nós temos o exemplo ali do parquinho que tem brinquedos, é um local fechado, se quiser utilizar paga. Mas para que utilizar todo o Parque? Nós achamos isso muito agressivo”.
Ao todo, nove parques e 637 praças da cidade podem ser concedidas à iniciativa privada em um futuro próximo. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade estima que a gestão pública gasta mais de cinco milhões de reais por ano com a manutenção dos espaços. (Aristóteles Júnior | Band)



