Cerca de 74% dos trabalhadores de unidades de reciclagem de Porto Alegre têm insegurança alimentar
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Foto: Joel Vargas/PMPA

Cerca de 74% dos trabalhadores de unidades de reciclagem de Porto Alegre têm insegurança alimentar

Pesquisa foi feita com 123 funcionários das unidades de triagem da Lomba do Pinheiro e da Vila Pinto

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Pesquisadores detectaram um alto risco nutricional nos trabalhadores das unidades de triagem de lixo da Lomba do Pinheiro e da Vila Pinto, em Porto Alegre. Entre eles, 74% possuem taxa de insegurança alimentar em algum grau, sendo 16,5% de insegurança severa. Os dados foram obtidos através do estudo realizado no trabalho de mestrado da nutricionista Cássia Medino Soares, apresentado no Programa de Pós-Graduação em Ciências em Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Para traçar o perfil de insegurança alimentar desses trabalhadores, a pesquisador utilizou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Essa escala prevê quatro categorias. A primeira, segurança alimentar, aplica-se a indivíduos que têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. Já a insegurança alimentar pode ser leve, moderada ou grave e varia de acordo com o nível de preocupação ou incerteza sobre o acesso a alimentos.

O trabalho – realizado com 123 adultos – analisou ainda, através de avaliações clínicas e nutricionais, o uso de substâncias químicas, a infecção por doenças sexualmente transmissíveis e os níveis de vulnerabilidade alimentar dos trabalhadores desses locais.
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Na pesquisa, identificou-se também a presença de sobrepeso ou obesidade em 57% dos participantes, sendo que 62% das mulheres e 22% dos homens apresentaram circunferência da cintura aumentada – o que pode aumentar os riscos para doenças cardiovasculares. O estudo mostra, ainda, que 47% dos indivíduos eram usuários ativos do tabaco e 12%, de bebidas alcoólicas. Segundo os resultados dos testes rápidos, os indivíduos tiveram uma taxa de positividade de 11% de infecção pela sífilis, seguida pela hepatite C (2%) e pelo HIV (1%).

A pesquisa destaca ainda a questão da vulnerabilidade social – a incapacidade de uma pessoa, devido a sua situação econômica e social, melhorar sua situação de bem-estar ou impedir sua deterioração. Quanto menor o salário, menor a chance de uma alimentação adequada, o que abre caminho para doenças.

O estudo completo, Perfil de saúde e insegurança alimentar:um olhar sobre trabalhadores das unidades de triagem de resíduos da zona leste de Porto Alegre, pode ser acessado em https://lume.ufrgs.br/handle/10183/188896. (Jornal do Comércio)

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