Por Elmar Bones | Jornal Já
A garota de uns 12 anos tinha as unhas pintadas de rosa e o menino, seu irmão, teria no máximo nove anos. É quase tudo que se sabe sobre os dois corpos esquartejados encontrados em setembro de 2017 numa estrada de chão batido, no bairro Lomba Grande.
“Nenhuma luz no fim do túnel, nenhuma pista”, disse o delegado Rogério Baggio, nesta terça-feira quando se completaram dois anos do misterioso caso.
Baggio conduziu u as investigações até o início de agosto pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Novo Hamburgo.
A investigação teve reviravolta em dezembro de 2017, quando Baggio entrou em férias e foi substituido pelo delegado Moacir Fermino, hoje aposentado e réu por falsidade ideológica e corrupção de testemunhas.
Assim que assumiu, Fermino afirmou que havia elucidado o crime e que se tratava de um ritual satânico.
Cinco pessoas foram presas , duas não foram encontradas.
Apesar da ampla cobertura da mídia, a versão do “ritual satânico” não se sustentou. A própria Polícia Civil precisou desfazer a investigação. Os presos foram libertados e a apuração voltou à estaca zero.
“Aquelas circunstâncias atrapalharam demasiadamente a investigação. Aquilo tudo que se descobriu que era mentira. De certa forma, tirou o foco. Quem realmente matou as crianças teve todo tempo do mundo para se livrar de uma eventual prova. Pode até ter saído do país”, afirmou Baggio ao jornal Diário Gaúcho.
As cabeças das vítimas nunca foram encontradas. As digitais e o DNA foram coletados, mas não havia registros compatíveis no Estado. Um dos pontos que sempre intrigou a polícia foi o fato de nenhum parente registrar a falta de duas crianças. Situação que levou a investigação a suspeitar de que os pais poderiam ter sido assassinados também..
Enquanto isso, os restos mortais do menino e da menina são mantidos nas dependências Departamento Médico-Legal (DML), sem ninguém reclamar por eles.



