Em vez de consertar, Prefeitura cerca caixa d’água com verba da própria escola
Pesquisar
Foto: Divulgação

Em vez de consertar, Prefeitura cerca caixa d’água com verba da própria escola

Direção da escola Heitor Villa Lobos diz que solicita reparos no reservatório desde 2019

Compartilhe esta notícia:

Do Sul21

Há anos solicitando a reforma da estrutura danificada do reservatório de água da escola municipal Heitor Villa Lobos, localizada no bairro Lomba do Pinheiro, a direção da instituição foi surpreendida recentemente quando a Prefeitura orientou que o local fosse cercado e isolado por chapas de compensado naval e informado que não havia prazo para as obras de reparo.

Diretora da Villa Lobos, Andrea Brusch Czupruniak diz que os problemas na estrutura foram percebidos em 2019, quando um pedaço da caixa d’água caiu sobre um aluno, mas sem causar ferimentos sérios. Na ocasião, a escola solicitou à Secretaria Municipal de Educação (SMED) a manutenção do reservatório, o que não teve andamento por parte da Prefeitura.

Como a escola permaneceu fechada durante o primeiro ano da pandemia de covid-19, a direção só percebeu a piora nas condições neste ano, verificando que a deterioração da estrutura havia avançado consideravelmente. “A estrutura está toda rachada e os ferros estão aparentes”, diz Andrea. Além disso, perceberam que uma das caixas d’água não estava funcionando.

A direção então reforçou os pedidos de manutenção da estrutura, mas Andrea conta que só obteve um retorno quando o vereador Jonas Reis (PT) abriu um requerimento solicitando a reforma via Câmara de Vereadores. “Daí que a SMOI (Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura) nos procurou para saber o que era”, conta.

Andrea diz que a SMOI orientou a escola a entrar em contato com o setor de manutenção da SMED. Após reiterada insistência, técnicos da SMED foram ao local, mas informaram que não há recursos para realizar os reparos no momento. Por outro lado, orientaram a escola a comprar chapas de compensando naval, a R$ 80 a cada, com a verba da própria escola, para cercar a estrutura e evitar que pedaços caiam sobre os alunos. No total, o material teria custado mais de R$ 2 mil. A instalação das chapas foi feita na última terça-feira (17).

“Mas não tem previsão de reforma, é só para evitar de alunos estarem perto da caixa d’água”, diz. “Só que eu tenho um pátio mínimo e ficou uma coisa enorme no meio da escola”, complementa.

Além disso, quando a equipe da manutenção da Prefeitura foi ao local para fazer o cercamento da estrutura, não deixou nenhuma abertura para acessar o reservatório. Quando os técnicos foram questionados sobre a falta de um portão de acesso, teriam respondido que não haviam sido informados sobre a necessidade de uma porta. Contudo, sem o acesso, não há como fechar o registro geral da escola em caso de necessidade. A recomendação, então, seria a de arrancar uma das chapas.

Procurada pela reportagem, a SMED informa que, assim que tomou conhecimento das demandas da EMEF Heitor Villa Lobos, solicitou providencias ao órgão competente, a SMOI, que informou que já está elaborando um projeto de reforma geral da escola, que inclui a recuperação do reservatório. “Por entender a urgência do tema a SMED deslocou sua equipe de manutenção para a escola, que isolou o local, afim de mitigar os riscos para a comunidade escolar”, disse a pasta em nota.

A SMED diz ainda que uma licitação para a realização das obras já está em elaboração, mas sem prazos no momento.

As aulas presenciais na escola Heitor Villa Lobos foram retomadas em abril e, segunda a direção, cerca de 30% dos alunos voltaram de forma definitiva.

Leia mais

📢 Cobertura do Porto Alegre 24 Horas

Quer acompanhar as principais notícias do Brasil e do mundo em tempo real? Conecte-se ao Porto Alegre 24 Horas nas redes sociais:

📰 Siga também no Google News para receber nossos destaques direto no seu feed.