A mãe de uma criança de 8 anos registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em São Paulo, depois de o filho ser vítima de discriminação racial, injúria e ameaça.
O menino desceu para brincar na área comum do conjunto habitacional onde mora, quando um grupo de outras crianças e adolescentes começaram a hostilizá-lo.
Uma garota, conforme o Boletim de Ocorrência, teria dito que o menino era “macaco, negro, horroroso e nojento”. Um adolescente falou que aquele condomínio não era lugar para ele morar por causa da “cor de pele preta”. Depois, o menino foi ameaçado fisicamente.
O ataque foi tão grave que, segundo a mãe, o garoto que era alegre e comunicativo ficou gago e recusa a se alimentar. Ela teme pelo desenvolvimento do filho.
O episódio de racismo aconteceu em um condomínio no último domingo, 13, mas o boletim foi registrado na sexta-feira, 18, depois de a mãe tentar conversar com os pais dos menores envolvidos.
Ela contou ao G1 que se mudou para Praia Grande após sua filha de 17 anos ser assassinada.
“Naquela noite ele foi dormir comigo, e três vezes ele falou ‘macaco não, macaco não’ enquanto dormia. Isso quebrou meu coração”, contou a mãe.
“Ele não está bem, não quer comer, não quer brincar e chora o tempo todo. Ele sempre falou tudo certinho, mas ficou totalmente gago”, disse. (Catraca Livre)



