Via Uol
A temperatura caía rápido na madrugada de sábado (11), com um ar gelado que parecia cortar o rosto de quem caminhava na rua, enquanto Eduardo André Viamonte se dirigia ao saguão do prédio onde vive, no bairro do Bom Fim, em Porto Alegre, com uma garrafa térmica debaixo do braço e uma sacola vazia.
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O ritual se repete todos os dias, em todas as estações do ano. Enquanto conversa com o porteiro Carlos Fernandes, Eduardo vai tirando a roupa, guardando as peças dentro da sacola. Passam vizinhos, alguns entregadores, ele bebe água e sai para a rua vestindo apenas sunga, tênis, touca e luvas.
Na rotina de 20 km de corrida — metade do percurso no horário de almoço e metade na madrugada, com total de cerca de 2 horas diárias — Eduardo, funcionário público, professor de inglês, músico e agora influenciador digital, vira “o cara da sunga”.
“No inverno, eu procuro a hora mais fria, porque é legal. O frio induz a uma produção muito maior de dopamina, no meu caso, o high da corrida é mais forte com o frio. Corro no verão, é horrível, é perigoso e Porto Alegre é um horror. É muito mais prazeroso correr no frio”, explica ele.
Ainda que os termômetros marcassem 10ºC, depois 9ºC, depois 8ºC, no começo da madrugada, a sensação térmica girava em torno de 4ºC, enquanto ele se preparava para sair.
Foi num dia de temperatura parecida, em meados de 2003, que ele correu assim pela primeira vez, por um acaso. Naquele dia, como tinha esquecido a parte de cima da roupa que usava para fazer exercícios, resolveu correr pelo Parcão, sem camisa mesmo.
“Diziam: ‘vai morrer, vai pegar uma pneumonia!’ Os carros passavam e gritavam. Só que eu não fiquei com aquela sensação de suor, não senti o desconforto da roupa suada, molhada e gelada. Lembro direitinho. Nunca mais corri de roupa”, lembra. “O benefício foi tão grande, não tinha que lavar aquele monte de roupas”, brinca.
O corpo, diz, acostumou-se rápido. Mesmo enfrentando na pele temperaturas de 0ºC e ondas de frio, ele conta que nunca pegou gripe ou resfriado nas quase duas décadas em que se tornou “o cara da sunga”. “Quando era adolescente, eu vivia com dor de garganta, tinha febre. Depois que comecei a correr, minha imunidade ficou muito alta, principalmente depois que comecei a correr sem roupa”, afirma.
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