Dia 18 de janeiro o Porto Alegre 24 Horas foi conferir a pré-estreia de M3GAN uma produção da (Univesal Studios) junto com a (Blumhouse) e possui os mesmos produtores de Annabelle e O Telefone Preto. Dessa forma o filme é vendido como um novo terror promissor, repleto de suspense e apresentando as telas cinematográficas, uma nova boneca assassina.
Mas calma! Antes de pensar que vai assistir mais um filme de boneco(a) maldito, este, longa consegue surpreender o telespectador em um mix de gêneros.
A pequena Cady (Violet McGraw) perdeu mãe e pai em acidente durante uma nevasca. Mesmo com a disponibilidade dos avós paternos, surge o nome de Gemma (Allison Williams) para ser a sua guardiã, uma workaholic empenhada em usar todos os recursos e tempo ainda disponíveis para apresentar aos seus contratantes M3GAN, invenção que promete revolucionar o mercado infantil, ela constrói a boneca que consegue substituir atencão de uma babá, mãe e até amiga.
M3GAN leva esse nome, por ser um projeto chamado Model 3 Generative Android. Ela recebe esse nome após ser criada por Gemma, que em meio a sua vida alterada com a chegada da sobrinha encontra dificuldades para cuidar da mesma e delega algumas funções para a boneca. No entanto, as atitudes extremas de proteção revelam uma tecnologia perigosa e assassina.
O filme apresenta uma mistura de gêneros que se adéquam bem e trazem uma fluidez para o enredo. Ao mesmo tempo que a história é assustadora, há momentos de descontração que com certeza marcam a história. Isso porque sutilmente o longa deixa muitas situações cômicas que quebram o gelo em meio a grande violência da boneca.
Apesar disso, ele não deixa de apresentar boas e coerentes cenas de luta que se dão de forma bem encaixada no contexto e com uma naturalidade que impressiona para o gênero de perseguição. O “suspense” psicológico sob a direção de (Gerard Johnstone), é construído de uma maneira aterrorizante, que consegue prender a atenção do telespectador no tempo de tela.
Para que tal atmosfera fosse construída, há um notório esforço quanto aos efeitos visuais. Por se tratar de um filme que abusa da tecnologia, a fotografia se destaca e junto da combinação de figurinos entrega uma história o mais verossímil possível. Isso melhora a experiência imersiva do público que compra a ideia da história já no primeiro ato.
A dinâmica das protagonistas (Allison) Williams e Violet McGraw estabelece um vínculo de drama necessário para que o ‘suspense’ do filme seja criado. A atuação das duas consegue expressar de forma satisfatória a intenção da frieza e aproximação que andam juntas no relacionamento da tia e sobrinha.
O maior marco de M3GAN é a tecnologia!
Uma história envolvendo crianças, bonecos assassinos é muito comum em obras de terror. A trama pode até parecer batida, mas em M3GAN há algo inovador que gera uma originalidade na produção. E esse fator é a tecnologia, assim como Já temos nós, acostumado em séries como Black mirror, West World e outras, que traz uma maior notoriedade para as reflexões que vão além do entretenimento do filme.
Já no início do longa, há uma crítica enraizada no excessivo uso de telas pelas crianças da geração Z. Em poucos minutos de tela, o longa já consegue mostrar a negligência dos pais, as causas de irritabilidade e como a infância tem sido prejudicada nos dias atuais com a alta imersão em tecnologias avançadas, que entram no lugar de necessidades básicas como a atenção.
A própria criação da boneca explora nitidamente um exagero que uma alta tecnologia pode resultar. Diante dessa reflexão, o telespectador consegue analisar os padrões comportamentais das crianças e da própria protagonista, que cria uma dependência com a boneca como se a própria fosse sua mãe.
Por fim, o filme M3GAN se destaca na proposta do gênero e se caracteriza como um suspense aterrorizante e bem executado. A história traz diversão, violência e reflexão na medida certa e ainda consegue entregar um drama interessante que conquista o telespectador. O final do filme pode indicar uma continuidade que precisa tomar muito cuidado para não interferir na obra que teve todos os pontos fechados.
Se você é fã de filmes com temática terror e quer ver algo inovador para este meio já tão saturado, M3gan acaba por ser tornar um prato cheio.
Agora basta conferir nós cinemas!
Crítica Rafa Gomes



