A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (16), a redução em R$ 0,44 por litro do preço médio do diesel para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para R$ 3,02. Já o preço médio da gasolina será reduzido em R$ 0,40 por litro, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78 – valor pago pelas distribuidoras. O anuncio foi feito pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Em nota, a estatal destacou que o valor cobrado ao consumidor final nos postos é afetado por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. O GLP (gás liquefeito de petróleo) — o popular gás de cozinha — também teve redução de R$ 8,97 por botijão.
“A Petrobras recupera sua liberdade de estabelecer preços. Nos alforriamos de um único e exclusivo fator, que era a paridade”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates à imprensa, em Brasília.
“Era hora de abrasileirar os preços dos combustíveis”, avaliou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacando que hoje é um dia de festa para o governo e para a sociedade.
Fim da paridade
A redução no valor dos combustíveis ocorre no mesmo dia em que a Petrobras anunciou uma mudança significativa na política de preços do petróleo e dos combustíveis. A partir de agora, a estatal brasileira não seguirá mais a paridade de preços com o dólar e o mercado internacional. Desde 2016, os preços dos derivados de petróleo, como gasolina e diesel, eram ajustados de acordo com as variações internacionais, sem intervenção governamental para garantir preços mais baixos.
Com a nova estratégia comercial, os reajustes dos preços serão feitos sem uma periodicidade definida, evitando o repasse da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio para os preços internos. A Petrobras utilizará duas referências de mercado: o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a própria empresa.
O custo alternativo do cliente considera as principais alternativas de suprimento, sejam elas fornecedores dos mesmos produtos ou produtos substitutos. Por sua vez, o valor marginal baseia-se no custo de oportunidade, levando em conta as diferentes opções disponíveis para a Petrobras, como produção, importação e exportação de produtos derivados de petróleo ou do próprio petróleo utilizado no refino.
Essa mudança proporcionará à Petrobras maior flexibilidade para praticar preços competitivos, aproveitando suas melhores condições de produção e logística e competindo com outros atores do mercado de combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores. Apesar disso, o comunicado da estatal não especifica a fórmula exata para o novo cálculo, não indicando o peso de cada fator.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vinha defendendo a “abrasileiração” dos preços dos combustíveis, buscando mecanismos para reduzir o impacto das oscilações internacionais do petróleo nos postos de combustível.



