Climatologista afirma que El Niño pode ser o mais intenso dos últimos tempos: “Capacidade para ser um novo recorde”
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Foto: (Ilustração: www.severe-weather.eu)

Climatologista afirma que El Niño pode ser o mais intenso dos últimos tempos: “Capacidade para ser um novo recorde”

Pico do fenômeno será de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024

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O climatologista José Marengo, coordenador do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), expressou a possibilidade de um novo recorde de aquecimento global devido ao El Niño no final deste ano e início de 2024.

Ainda não podemos determinar se o El Niño que está se desenvolvendo e atingirá o pico em dezembro de 2023 e janeiro e fevereiro de 2024 será mais fraco ou mais intenso em comparação com o registrado em 2015 e 2016. No entanto, se for mais intenso, poderemos enfrentar um novo recorde de aquecimento global, segundo José Marengo.

O El Niño é um fenômeno de grande alcance que envolve o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, estendendo-se desde a Austrália até a costa norte do Peru. Com o aumento da temperatura global, os impactos tendem a ser mais significativos.

A previsão indica que o El Niño pode resultar em menos chuvas nas regiões da Amazônia e do Nordeste, e em mais chuvas na região Sul do Brasil. Em 1998 e 2015/16, por exemplo, o fenômeno foi tão intenso que causou uma grave seca na Amazônia. Atualmente, o monitoramento da temperatura dos oceanos indica uma situação de El Niño moderado. A previsão sugere um aquecimento de 2 °C durante o verão, mas sua intensidade pode aumentar nos próximos meses.

Embora os estudos não demonstrem uma relação clara entre o El Niño e o aquecimento global, um El Niño muito intenso, como o observado em 2015/16, pode intensificar o aquecimento global. Esses anos mencionados foram os mais quentes dos últimos tempos.

As atividades humanas contribuem para o aumento das temperaturas. Embora o aquecimento global seja um processo natural, há evidências de que o aumento das temperaturas observado nas últimas décadas pode ser atribuído às atividades humanas. Essas atividades aceleram o processo natural, resultando em mudanças que estão ocorrendo mais rapidamente do que o previsto.

Durante o El Niño, é esperado um aumento das chuvas na região Sul do Brasil e na Bacia do Prata. Essas chuvas intensas costumam se concentrar em poucas horas ou dias, o que pode levar a desastres e tragédias.

O impacto do El Niño é menos significativo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. O fenômeno tem maior influência nas regiões Norte, Nordeste e Sul. Se o comportamento do El Niño neste ano for semelhante ao de anos anteriores, é provável que ocorra uma diminuição das chuvas na Amazônia, o que, combinado com altas temperaturas, aumenta o risco de incêndios e queimadas devido ao ar mais seco e aos ventos intensos. Na região Sul, a consequência seria chuvas intensas concentradas em curtos períodos de tempo.

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