Nesta terça-feira (12), motoboys e motoentregadores realizaram uma mobilização em frente ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Brasília. O objetivo da manifestação era pressionar as empresas de aplicativos a oferecerem uma remuneração compatível e condições dignas de trabalho, incluindo diretrizes de saúde e segurança para os trabalhadores.
Os entregadores expressaram sua insatisfação com a demora na regulamentação do serviço e alegaram que a renda média caiu drasticamente, diminuindo em 53,60% desde a popularização dos aplicativos, passando de R$ 22,90 em 2013 para R$ 10,55 no presente ano.
O Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores, a Aliança Nacional dos Motoboys e Motoentregadores e as centrais sindicais uniram-se para reivindicar valores mínimos de R$ 35,76 para motociclistas e R$ 29,63 para ciclistas profissionais a cada hora de trabalho registrada nos aplicativos.
Em contrapartida, as empresas apresentaram propostas variando de R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7 para ciclistas. As empresas são representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que inclui Amazon, iFood, Flixbus, Uber, Zé Delivery, Buser, 99 e Lalamove, além do Movimento Inovação Digital (MID), que reúne mais de 150 empresas, incluindo Mercado Livre, GetNinjas, PayPal, Loggi, Movile, Americanas, C6 Bank, Facily, Rappi, OLX e euEntrego.
A Federação Brasileira dos Motociclistas Profissionais argumentou que as empresas de aplicativos continuam evitando suas responsabilidades sociais com os entregadores, que na verdade não são considerados autônomos, mas sim trabalhadores em condições precárias. Segundo a entidade, as propostas da Amobitec e MID também não abordam adequadamente questões de segurança e saúde dos entregadores.
Os entregadores planejam uma paralisação nacional para a próxima segunda-feira (18) caso não haja melhorias nas propostas apresentadas pelas empresas. A Amobitec afirmou que vem compartilhando documentos e propostas desde o início das negociações, incluindo modelos de integração na Previdência Social e valores mínimos de ganhos.
A entidade destacou que as empresas associadas estão dispostas a dialogar e cooperar com todas as partes interessadas para desenvolver um modelo regulatório equilibrado para o trabalho intermediado por plataformas digitais, visando ampliar a proteção social dos profissionais e garantir a segurança jurídica de suas atividades.



