Descoberto no pampa gaúcho crânio completo do mais antigo predador terrestre na América do Sul
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Foto: Unipampa, Divulgação

Descoberto no pampa gaúcho crânio completo do mais antigo predador terrestre na América do Sul

Pesquisadores da Unipampa revelam nova espécie de Pampaphoneus, um predador pré-histórico gigante

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Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) surpreenderam o mundo da paleontologia ao apresentar, esta semana, a descoberta do crânio completo e partes do esqueleto do mais antigo grande predador terrestre da América do Sul. A revelação foi feita em São Gabriel, em colaboração com cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Este segundo exemplar da espécie, chamado de Pampaphoneus biccai, foi encontrado mais de 10 anos após a primeira descoberta na zona rural do município. Os restos fósseis, com uma idade aproximada de 265 milhões de anos, incluem um crânio completo e alguns ossos do esqueleto, como costelas e ossos do braço.

O Pampaphoneus viveu na época anterior à maior extinção que a Terra já testemunhou, ocorrida há cerca de 250 milhões de anos, quando quase 90% da vida no planeta foi dizimada. Esses animais pertenciam ao grupo dos dinocefálios, que eram grandes animais carnívoros e herbívoros de médio a grande porte, com crânios espessos.


Felipe Pinheiro (Unipampa, Divulgação)

No Brasil, o Pampaphoneus biccai é a única espécie conhecida desse grupo. A pesquisa detalhando a nova descoberta foi publicada na revista científica internacional Zoological Journal of the Linnean Society.

O crânio encontrado, que mede aproximadamente 40 centímetros, revela que o Pampaphoneus desempenhava um papel ecológico similar ao dos grandes felinos modernos, sendo o maior predador terrestre conhecido do Permiano na América do Sul. Seus dentes caninos grandes e afiados eram adaptados para a caça de presas, sugerindo uma mordida poderosa capaz de triturar ossos, semelhante ao comportamento das hienas contemporâneas.

A pesquisa também aponta que um terceiro indivíduo, identificado em 2000 por meio de um fragmento de mandíbula, pode ter sido um exemplar ainda maior do Pampaphoneus. Estima-se que esses predadores gigantes podiam chegar a quase 3 metros de comprimento e pesar cerca de 400 quilos, alimentando-se de animais de pequeno a médio porte.

O local onde os fósseis foram encontrados, no Pampa gaúcho, também revelou outras espécies pré-históricas, demonstrando o potencial da região para futuras descobertas paleontológicas. Além do impacto na ciência, os fósseis desempenham um papel fundamental na identidade local, no turismo e na conservação do patrimônio geológico.

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