Na manhã de segunda-feira, a atmosfera tensa no Quilombo Vila Kédi, situado numa região nobre de Porto Alegre, testemunhou o início da demolição de casas. A ação, autorizada pela Procuradoria-Geral do Município (PGM), foi interrompida após intervenção da comunidade e do Incra, suspendendo-a no início da tarde.
Juliana Dutra, moradora do quilombo, descreveu o clima de apreensão durante a chegada de pessoas com máquinas, ameaças e a derrubada de casas. Segundo ela, a situação permaneceu tensa até a intervenção de autoridades, incluindo o advogado da associação dos moradores, representantes da Frente Quilombola do Rio Grande do Sul e do Incra.
A ação resultou na demolição de duas casas e danos a outras duas, que, segundo a PGM, foram desocupadas após um acordo com o município, Ministério Público e Defensoria Pública. Cada família teria recebido R$ 180 mil como indenização para aquisição de novas moradias, sendo as primeiras de aproximadamente 80 famílias manifestando interesse em deixar o local.
O episódio, ocorrido sem mandado judicial, provocou reações de lideranças quilombolas e representantes do Incra, que exigiram a suspensão da ação. Um acordo foi alcançado para discutir a questão entre Incra, prefeitura, Fundação Cultural Palmares e representantes da comunidade, buscando preservar o território até a conclusão do relatório técnico de identificação e delimitação da área quilombola.
Com a informação Portal Brasil de Fato RS.



