Nesta terça-feira (23), a Polícia Civil deflagrou a Operação Capa Dura para investigar suspeitas de fraude licitatória e associação criminosa na Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre. O juiz Orlando Faccini Neto, da 1ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, determinou o afastamento de oito pessoas do exercício de suas funções públicas pelo prazo de 180 dias. Embora as autoridades não tenham divulgado os nomes oficialmente, fontes afirmam que Alexandre Borck, conhecido como Xandão e presidente do MDB de Porto Alegre, está entre os afastados. Ele ocupava o cargo de secretário municipal Extraordinário de Modernização e Gestão de Projetos e é suspeito de influenciar nas compras de livros da Smed, totalizando 544 mil exemplares ao custo de R$ 34 milhões.
Investigação aprofundada e reviravolta nas CPIs
A decisão judicial visa permitir o aprofundamento das investigações, uma vez que o inquérito encontrou indícios de que Borck teria exercido influência nas aquisições de livros da Smed, que agora estão sob escrutínio. As compras, realizadas junto às empresas Inca Tecnologia de Produtos e Serviços e Sudu Inteligência Educacional, somam R$ 34 milhões e levantam suspeitas de fraude licitatória e associação criminosa. O envolvimento de Borck nas transações já havia sido mencionado em CPIs da Câmara de Vereadores, onde foi reproduzido um áudio que sugeria seu suposto papel no direcionamento licitatório. No entanto, uma reviravolta ocorreu quando a ex-assessora técnica Mabel Luiza Leal Vieira, em um vídeo, desmentiu a versão anterior, alegando ter agido por vingança após ser exonerada do cargo.
Quatro prisões e ex-servidora entre os detidos
Além do afastamento de Borck, a Operação Capa Dura resultou na prisão temporária de quatro pessoas, incluindo Mabel Luiza Leal Vieira, ex-assessora técnica da Smed, Sônia da Rosa (ex-secretária da Educação) e Michele Bartzen (ex-coordenadora pedagógica). Todas as detidas, assim como Borck, foram afastadas do exercício de função pública por 180 dias. A complexidade do esquema de fraude na Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre ainda demandará investigações mais aprofundadas para esclarecer a extensão dos envolvidos e os desdobramentos do caso.



