Uma publicação nas redes sociais gerou grande repercussão na Bahia após a mãe de um aluno do Colégio Antônio Vieira, em Salvador, criticar a utilização do livro “Pequeno Manual Antirracista”, da filósofa Djamila Ribeiro, nas aulas de religião. A genitora questionou a presença da obra em uma instituição católica, alegando que a autora possui ligação com o candomblé e que o conteúdo fere seus princípios religiosos.
Na publicação, a mãe do aluno expressou sua indignação com a escolha do livro, afirmando que a escola não deveria “sucumbir a essas ideologias”. Ela questionou a pertinência da obra em um ambiente religioso católico e criticou a ligação da autora com outra religião.
Em contrapartida, o Colégio Antônio Vieira defendeu a utilização do livro, embasando sua decisão na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e na importância de promover o respeito à diversidade cultural e religiosa. A instituição destacou que a educação para as relações étnico-raciais é um “imperativo de reconciliação e justiça”, e que o livro contribui para a formação de alunos conscientes e engajados na luta contra o racismo.
Estudantes da instituição relataram que as aulas com o livro “Pequeno Manual Antirracista” abordaram temas como amor, aceitação, compaixão e combate ao racismo, utilizando a obra como ferramenta para fortalecer os valores cristãos de respeito ao próximo e à dignidade humana.
Djamila Ribeiro, por sua vez, se manifestou em suas redes sociais, afirmando sua fé no candomblé e defendendo o direito à liberdade religiosa. A autora parabenizou a escola pela iniciativa de trabalhar a temática racial em sala de aula e ressaltou a importância da educação para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e na mídia, dividindo opiniões e reacendendo o debate sobre o papel da religião na educação e a importância do combate ao racismo nas escolas.



