Uma recente descoberta arqueológica em um lago vulcânico na Itália tem despertado fascínio global: uma pequena estátua de argila, medindo cerca de 15 centímetros, foi encontrada a aproximadamente 80 km de Roma. Acredita-se que a peça, possivelmente representando uma deusa desconhecida, tenha cerca de 3 mil anos e tenha sido utilizada em rituais religiosos domésticos.
A descoberta ocorreu em julho de 2024, durante a construção de uma trilha subaquática no sítio arqueológico de Gran Carro, no Lago Bolsena. A estatueta, datada da Idade do Ferro (entre os séculos 9 e 10 a.C.), exibe características rudimentares, com marcas das mãos do artesão e a impressão de um tecido sob o peito, sugerindo que a figura pode ter sido “vestida” em algum momento. Os pesquisadores da Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem da Etrúria Meridional destacaram essas impressões digitais e o tecido como evidências da habilidade e intenção do criador da peça.
Gran Carro é um sítio arqueológico de grande riqueza, onde se acredita que uma vila, possivelmente habitada pela cultura Villanova, precursora dos etruscos, foi submersa devido a abalos sísmicos que causaram o rebaixamento da costa leste do lago. Desde a década de 1960, o local tem revelado diversos tesouros, incluindo joias, cerâmicas e utensílios domésticos. Além disso, a região abriga uma grande pilha de pedras submersas, conhecida como Aiolla, que pode ter sido uma fonte geotérmica utilizada por etruscos e romanos.
O Lago Bolsena, onde a estátua foi encontrada, se formou entre 600 mil e 200 mil anos atrás, durante as erupções do vulcão Vulsini. Registros indicam que o vulcão esteve ativo por volta de 104 a.C., e a combinação da atividade vulcânica e sísmica pode ter contribuído para a submersão da vila que outrora existia ali.



