O aumento dos jogos de azar entre fiéis evangélicos está preocupando igrejas de várias denominações no Brasil, com destaque para apostas online e máquinas de caça-níqueis, como o “tigrinho”. Estudos recentes confirmam o impacto econômico do vício em apostas entre evangélicos. Uma pesquisa feita pelo instituto PoderData revelou que, em média, 21% dos evangélicos entrevistados admitem terem dívidas relacionadas ao jogo, índice superior ao de católicos, com 12%, e à média nacional, que é de 16%. O endividamento afeta não só a situação financeira dos fiéis, mas também reduz as doações e dízimos que as igrejas recebem.
A Igreja Universal do Reino de Deus recentemente abordou a questão em um artigo, lembrando que, até mesmo na Bíblia, práticas de sorteio são mencionadas, como quando os soldados romanos lançaram sortes para dividir as vestes de Jesus na crucificação. Essa prática, fortemente desencorajada por líderes religiosos, vem afetando a vida de muitos membros que acabam endividados e se distanciam de seus compromissos espirituais e financeiros com a igreja. Esse fenômeno levou várias lideranças religiosas a intensificar o apoio aos fiéis e promover discussões sobre os riscos das apostas online e o impacto na saúde financeira e espiritual.
Líderes como o pastor Silas Malafaia expressam preocupação não apenas com os impactos financeiros, mas também com o que consideram ser um “perigo espiritual”. Em suas pregações, Malafaia associa o vício em jogos ao trabalho destrutivo do diabo e orienta que aqueles em busca de ajuda procurem a oração e a leitura bíblica como ferramentas de combate ao problema. Esse tema, por sua importância social e econômica, também é pauta na Câmara dos Deputados, onde a bancada evangélica tem sido uma das forças mais expressivas contra a regulamentação das apostas esportivas.
