Médicos do HU de Canoas enfrentam atrasos na remuneração e risco de restrição de atendimentos, alerta Simers
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Foto: Reprodução

Médicos do HU de Canoas enfrentam atrasos na remuneração e risco de restrição de atendimentos, alerta Simers

Sindicato cobra pagamento de setembro e outubro e denuncia falta de insumos e medicamentos na unidade

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O atraso nos pagamentos dos médicos prestadores de serviço também afeta os profissionais que atuam no Hospital Universitário (HU) de Canoas. O alerta feito pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) aponta para a falta de recebimentos dos meses de setembro e outubro, assim como para a escassez de insumos e medicamentos. Em ofício encaminhado à direção do HU e também aos gestores da Saúde de Canoas, Ministério Público e a Justiça, o Simers comunicou a imediata suspensão dos atendimentos ambulatoriais e de novas internações a partir do dia 7 de dezembro, caso o pagamento de setembro não seja realizado até o dia 6. Os atendimentos de urgência, emergência e aos pacientes já internados não serão afetados.

O Simers reuniu os médicos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) virtual nesta segunda-feira, 25, quando ouviu as demandas dos colegas, que relataram as dificuldades encontradas. Faltam kits para cateterismo e para procedimentos cirúrgicos, assim como gazes e curativos, ocasionando cancelamento de cirurgias. Outro problema citado está na regulação de pacientes, uma vez que o HU serve de referência para diversos procedimentos cirúrgicos, a exemplo do cateterismo cardíaco, onde a demora para a execução tem aumentado a fila de espera dos pacientes internados.

Reforçamos às autoridades a necessidade de atenção urgente para o problema. Assim como nos demais hospitais de Canoas, a situação no HU vem se agravando a cada dia. Mesmo com mudanças recentes na direção, persistem problemas como atrasos em cirurgias cardíacas e a falta de materiais básicos para procedimentos, aumentando o tempo de internação hospitalar e o risco de complicações. Apesar dessas dificuldades, o hospital continua recebendo pacientes, agravando os riscos”, pontua o coordenador da Região Metropolitana do Simers, Daniel Wolff.

Nas últimas semanas, o Simers vem denunciando os atrasos nos repasses dos médicos que atuam em Canoas, um dos municípios com um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul e que enfrenta uma crise na saúde pública. Confira a situação dos médicos:

HNSG

Calendário de pagamentos para quitar os meses de agosto e setembro devidos aos prestadores de serviço não está sendo totalmente cumprido. Seriam quatro parcelas a serem pagas em 12 e 20 de novembro e 12 e 20 de dezembro. No dia 12 de novembro, apenas parte dos profissionais receberam. Simers já pediu a penhora judicial de bens da Prefeitura de Canoas, responsável pela gestão do hospital, conforme acordado em audiência com a Justiça caso o cronograma não fosse cumprido. CLTs estão sem depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há cinco anos.

HU

Hospital está sob intervenção municipal. CLTs em dia, mas as férias de todos foram canceladas. Depósito do FGTS não está sendo realizado. Médicos prestadores de serviço deveriam ter recebido o mês de setembro no dia 15 de novembro. Pagamento de setembro foi prometido para o dia 5 de dezembro e o de outubro seguindo o contrato, no dia 15. Caso o pagamento do setembro não seja realizado até o dia seguinte, a restrição dos atendimentos acontece a partir do dia 7. Além disso, está prevista a troca da gestão para janeiro de 2025, quando sai a Fundação Educacional Alto Médio São Francisco (Funam) e entra Associação Saúde em Movimento (ASM). Simers alerta gestores e órgãos públicos sobre os riscos da transição e pede transparência sobre o processo.

HPSC

Os médicos que estão alocados no Hospital Nossa Senhora das Graças receberam os vencimentos de setembro na última semana. Entretanto, não há previsão para o pagamento de outubro e nem cronograma para a quitação dos débitos. Alguns médicos no regime CLT que se encontram em férias não receberam o valor proporcional do período. Para chamar a atenção sobre o problema, médicos chegaram a paralisar as atividades por cinco minutos a cada hora trabalhada, sem comprometer atendimento de urgência e emergência. Conforme contrato firmado entre o Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IHACS) e o gestor público, pagamento deve ocorrer até o dia 15 do mês subsequente ao serviço prestado. A equipe terceirizada que se encontra no prédio do HPSC também está com os honorários de outubro em aberto.

UPA’s

Cerca de 100 médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h Niterói, Rio Branco e Boqueirão foram afetados pela rescisão contratual entre a Medlife, empresa responsável pelos serviços médicos e o Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano (Ibsaúde) e Prefeitura, que faz a gestão das unidades e mais quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps). O motivo é o constante atraso nos repasses de recursos, que chega a R$ 5 milhões, segundo informações da Medlife.

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