Como era de se esperar, a entrega da Medalha do Mérito Farroupilha a João Pedro Stédile, líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), causou polêmica na política gaúcha. Não chega a ser novidade que a ala bolsonarista se posiciona contra o grupo, os acusando de “invasão de terras”. E também não é surpresa para ninguém que a pauta da reforma agrária sempre esteve vinculada aos partidos progressistas. A medalha será entregue pelo deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), no Salão Júlio de Castilhos, no Palácio Farroupilha, no dia 16 de dezembro.
Assim, o ato de entrega da medalha (que mais soa uma homenagem ao próprio MST do que ao próprio Stédile) resultou em conflito entre os deputados estaduais. Capitão Martim, que é um dos representantes da ala bolsonarista, expressou sua indignação. “Tivemos mais de 25 mil assinaturas em repúdio a essa homenagem a um líder de movimento conhecido por invasões e táticas criminosas. É um desrespeito aos gaúchos, principalmente no momento em que enfrentamos problemas graves com o MST no sul do Estado, em regiões como Hulha Negra e Pedras Altas”, criticou.
Um ofício com as assinaturas será entregue à presidência da Assembleia, mas, segundo Martim, se o apelo popular for ignorado, o Parlamento estará dando indícios de desrespeito à propriedade privada e à segurança no campo. Ainda para Martim, a concessão dessa honraria em meio ao clima beligerante imposto pelo MST desafia os valores e os fundamentos sobre os quais o Rio Grande do Sul foi construído.
Diego Garcia



