No domingo (29), o mundo se despediu de Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, que faleceu em sua casa, em Plains, Geórgia, a mesma cidade onde nasceu. Carter, que completou um século de vida, estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023. A causa da morte não foi imediatamente informada.
Em um comunicado emocionado, seu filho, Chip Carter, destacou o legado deixado pelo pai: “Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta. Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família pela maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória continuando a viver essas crenças compartilhadas”, destacou.
Carter, membro do Partido Democrata, iniciou sua carreira política como senador e governador da Geórgia, antes de assumir a Casa Branca. Sua presidência foi marcada por uma combinação de desafios econômicos e diplomáticos, como a grave crise do petróleo e os esforços para estabelecer a paz mundial. Durante seu mandato, Carter foi um crítico contundente de regimes autoritários na América Latina, incluindo as ditaduras de Augusto Pinochet, no Chile, e a militar no Brasil.
Ele também ficou conhecido por intermediar o Acordo de Camp David entre Egito e Israel, um marco histórico na busca pela paz no Oriente Médio. No entanto, sua gestão enfrentou momentos difíceis, como a crise dos reféns na embaixada americana em Teerã, no Irã, em 1979. 52 americanos foram mantidos reféns por 444 dias, sendo libertados apenas após Carter deixar o cargo, fato que impactou negativamente sua reputação pública.
Após deixar a presidência, Carter se reinventou como um defensor incansável dos direitos humanos e da democracia. Em 1982, fundou a Fundação Carter, através da qual organizou missões diplomáticas e monitorou eleições em diversos países. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente em 2002, quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu “esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, impulsionar a democracia e os direitos humanos e promover o desenvolvimento econômico e social”.
Com uma longevidade notável, Carter viveu mais do que qualquer outro ex-presidente na história dos EUA, alcançando o marco inédito de 100 anos.



