A presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Comandante Nádia (PL), deu início a 2025 com uma decisão polêmica: a reorganização dos assentos no plenário. Baseando-se em uma análise ideológica conduzida por ela mesma, Nádia redistribuiu os vereadores em três blocos — à direita, à esquerda e ao centro — com o objetivo de alinhar a disposição física ao posicionamento político de cada parlamentar.
A iniciativa, contudo, não foi bem recebida por boa parte dos vereadores, em especial pelos mais antigos, que mantêm os mesmos lugares no plenário há anos. Nos bastidores, a medida ganhou o apelido de “espelho de classe”, em referência à divisão proposta. A resistência à nova organização se intensificou durante a cerimônia de posse realizada em 1º de janeiro, quando, por determinação de Nádia, os assentos foram ocupados por ordem de chegada.
Tal decisão levou a um desconforto generalizado, com vereadores de primeiro mandato tomando lugares tradicionalmente ocupados por colegas mais experientes. Em declaração à imprensa, a presidente minimizou o impacto das mudanças e argumentou que, à medida que novas legislaturas começam, ajustes são inevitáveis. Ela também destacou que a maior parte dos vereadores alinhados com a base governista aprovou a proposta e que o tema ainda será debatido antes da retomada das votações, marcada para segunda-feira, 6 de janeiro.
Apesar das justificativas, o desconforto persiste. Alguns parlamentares consideram a reorganização um gesto simbólico de controle e divisão, enquanto outros veem na medida uma tentativa de inovar a dinâmica da Câmara. Com o início das votações de projetos apresentados pelo prefeito reeleito Sebastião Melo (MDB), a eficácia dessa reorganização e o impacto nas relações entre os vereadores serão postos à prova.
