A repercussão de um vídeo nas redes sociais foi capaz de fazer o Governo Federal recuar em uma de suas medidas mais polêmicas dos últimos tempos. Nesta quarta-feira (15), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) publicou um vídeo falando a respeito do monitoramento de gastos por Pix e cartão de crédito para compras acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. O deputado ainda defende no vídeo que os comerciantes menores serão os mais afetados por essa fiscalização que a Receita Federal fará em cima das transações de pix.
“Sim, o pix não será taxado, mas a comprinha da China que não seria taxada acabou sendo. Disseram que não ia ter sigilo, mas teve. Você que ia ser isento do Imposto de Renda não vai mais. O pix não será taxado, mas eu não duvido que poderá vir a ser. O amor está caro demais”, diz Nikolas no vídeo.
Após a repercussão que o vídeo, que teve mais de 200 milhões de visualizações, a Receita Federal revogou o ato normativo que estendeu o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. No lugar, o governo editará uma medida provisória para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro. Vale notar que a edição do vídeo de Nikolas Ferreira teve grande peso para seu alcance, dando o ar de documentário e denuncia que aumentou a carga dramática e o apelo popular.
Um editorial recente do Estadão fez uma observação interessante sobre as ondas de fakenews e revoltas envolvendo o pix. Apesar de ser uma mentira a taxação, mas o boato só prosperou devido ao fato de o Governo Federal está buscando novas formas de arrecadar e se recusa a realizar cortes de gastos. Dessa forma, não dá para dizer que a mentira não tem “um fundo de verdade” infelizmente.



