Saiba como é feita a fumaça do Conclave
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Foto: Wikimedia Commons/domínio público

Saiba como é feita a fumaça do Conclave

Durante o Conclave, os cardeais votam em absoluto sigilo para eleger o novo pontífice

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Quando os fiéis se reúnem na Praça São Pedro, em Roma, os olhos se voltam para um ponto específico: a chaminé da Capela Sistina. É dali que sai o anúncio mais simbólico da Igreja Católica — a fumaça branca que revela ao mundo a escolha de um novo Papa. Mas o que há por trás desse sinal tão esperado?

Durante o Conclave, os cardeais votam em absoluto sigilo para eleger o novo pontífice. A cada rodada de votos, papéis são queimados em um dos fornos instalados no local. Dependendo do resultado, sobe a fumaça: preta, se não houve consenso; branca, quando o novo Papa é escolhido.

Por muitos anos, a fumaça era gerada com papel e palha úmida, um método rudimentar e nem sempre eficaz. A confusão era comum — em alguns conclaves, nem mesmo os presentes conseguiam distinguir claramente a cor da fumaça. Em 2005, isso mudou: o Vaticano adotou um sistema moderno, com cartuchos químicos controlados eletronicamente, projetados para gerar nuvens visíveis e distintas.

O truque está na química. Para produzir a fumaça branca, é usada lactose — sim, o mesmo açúcar do leite — que, ao queimar, forma partículas claras que refletem a luz. Já a fumaça preta vem da naftalina, substância que libera partículas escuras ao ser aquecida. Tudo é medido com precisão para que não haja dúvidas no momento do anúncio.

Além disso, princípios físicos garantem o efeito visual. A diferença de temperatura e densidade entre a fumaça quente e o ar ambiente faz com que ela suba rapidamente e permaneça visível por mais tempo — um detalhe crucial para que o mundo todo compreenda a mensagem.

A estrutura conta com dois fornos conectados à chaminé da Capela Sistina. Um serve à queima dos votos, e o outro é exclusivo para gerar a fumaça com os compostos químicos, segundo Massimiliano De Sanctis, especialista em pirotecnia e responsável pelo sistema nos conclaves de Bento XVI e Francisco.

Esta eleição acontece em clima de comoção, após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, vítima de um AVC seguido de insuficiência cardíaca. Agora, a expectativa é por uma nova liderança que guiará a Igreja nos próximos anos — e, como sempre, será a fumaça branca a trazer essa notícia ao mundo.

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