Apesar do discurso de reconstrução da educação pública, as universidades federais brasileiras enfrentam atualmente um orçamento inferior ao registrado nos governos anteriores de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Mesmo com repasses extras — como os R$ 2,44 bilhões em 2023 e R$ 400 milhões em 2024 —, os recursos destinados às despesas básicas, como contas de água, energia, segurança e auxílios estudantis, continuam abaixo dos patamares anteriores. Neste ano, o orçamento discricionário das instituições federais de ensino foi de R$ 5,96 bilhões, valor inferior ao executado em 2019, quando chegou a R$ 6,06 bilhões, segundo dados do Ministério da Educação e análises de universidades como a Unifesp.
Durante o mandato de Bolsonaro, embora tenha havido bloqueios e cortes frequentes, os repasses para custeio básico chegaram a ser superiores aos atuais. Entre 2019 e 2022, houve uma redução de cerca de 12% nesse tipo de investimento, de R$ 6,06 bilhões para R$ 5,33 bilhões — ainda assim, acima do valor atual. Além disso, os recursos voltados à infraestrutura despencaram pela metade no período, e as despesas com pessoal também foram reduzidas. O governo Lula afirma estar em fase de recomposição orçamentária e promete novos aportes por meio do Novo PAC, com previsão de R$ 5,5 bilhões até 2026 para universidades e institutos federais. No entanto, reitores seguem alertando que, na prática, os recursos continuam insuficientes e o risco de colapso institucional persiste.



