A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou nesta quarta-feira (25) um novo patamar para os gastos militares dos países-membros, com o objetivo de atingir 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. A decisão marca uma resposta direta à crescente tensão internacional, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, e à pressão dos Estados Unidos por um maior comprometimento europeu com a segurança coletiva.
A cúpula extraordinária, realizada de forma breve e cuidadosamente organizada para atender aos interesses do presidente americano Donald Trump, resultou em uma declaração unificada de apoio ao novo plano de financiamento e ao fortalecimento da defesa coletiva. O documento reafirma a importância do Artigo 5 do Tratado de Washington, que estabelece que um ataque a um dos membros é considerado um ataque a todos.
A proposta representa um aumento expressivo em relação à atual meta de 2% do PIB. A nova divisão dos investimentos prevê 3,5% para despesas diretas com defesa — como forças armadas e armamentos — e 1,5% para áreas estratégicas de apoio, como segurança cibernética, infraestrutura crítica e mobilidade militar.
O esforço orçamentário, embora considerado desafiador por vários países, foi tratado como indispensável diante do cenário de insegurança global. Os 32 membros da aliança concordaram com o novo compromisso, ainda que a Espanha tenha sinalizado que pretende seguir outro caminho, mantendo níveis mais baixos de investimento. Apesar da divergência, a decisão final foi interpretada como um gesto diplomático para preservar a unidade da OTAN e evitar impasses durante a cúpula.
O aumento de investimentos em defesa é visto como uma tentativa de reduzir a dependência do aparato militar norte-americano e fortalecer a autonomia estratégica dos países europeus e do Canadá. As discussões também refletem o esforço político de manter a coesão da aliança diante de um cenário internacional cada vez mais volátil e polarizado.



