Morreu nesta sexta-feira (27), em Porto Alegre, o jornalista, filósofo e ex-deputado Ruy Carlos Ostermann, aos 90 anos. Conhecido como “Professor”, Ostermann foi um dos nomes mais influentes do jornalismo esportivo no Brasil, marcando gerações com seu estilo único de análise e linguagem refinada. Ele deixa os filhos Cristiane, Fernanda e Felipe, além de cinco netos. Sua esposa, Nilce, com quem foi casado por 58 anos, faleceu em 2021.
Natural de São Leopoldo, Ostermann nasceu em 1934 e iniciou sua trajetória no jornalismo em 1962, na Caldas Júnior. Ganhou notoriedade na Rádio Guaíba e nos jornais do grupo antes de migrar, em 1978, para o Grupo RBS, onde consolidou sua carreira como comentarista da Rádio Gaúcha e colunista da Zero Hora. Com formação em Filosofia e experiência como professor na UFRGS, uniu conhecimento acadêmico e vivência esportiva — foi jogador de futebol e destaque no basquete — para transformar a crônica esportiva com análises profundas e sensíveis.
A trajetória de Ostermann vai além dos microfones e colunas: esteve presente em todas as Copas do Mundo de 1966 a 2014, eternizando momentos de Grêmio, Inter e da Seleção Brasileira. Criador do programa “Encontros com o Professor”, também se destacou como entrevistador e pensador, discutindo cultura, política e sociedade. Foi eleito deputado estadual em duas legislaturas (1982 e 1986) e ocupou os cargos de secretário de Ciência e Tecnologia e de Educação no governo Pedro Simon.
Sua vida e legado foram registrados na biografia lançada em setembro de 2024 pelo jornalista Carlos Guimarães. Ruy Carlos Ostermann deixa uma marca indelével na imprensa e no pensamento esportivo brasileiro, sendo reverenciado não apenas como jornalista, mas como um mestre que ensinou a olhar o futebol com mais profundidade.



