Neste último sábado (28), Raul Seixas completaria 80 anos. Considerado uma das figuras mais influentes da música brasileira, o artista deixou um legado marcado por irreverência, crítica social e um estilo único que misturava rock, baião e misticismo. Dono de sucessos como Metamorfose Ambulante, Tente Outra Vez e Maluco Beleza, Raul morreu em 21 de agosto de 1989, vítima de uma pancreatite agravada pela diabetes, em seu apartamento na Rua Frei Caneca, em São Paulo.
Natural de Salvador (BA), Raul começou sua carreira nos anos 1960 e rapidamente conquistou o país com sua autenticidade. Mesmo passadas quase quatro décadas desde sua morte, seu nome ainda ecoa forte: é comum ouvir gritos de “Toca Raul!” em shows dos mais variados estilos musicais. Artistas como os Titãs, que incluíram Aluga-se em repertórios históricos, e Chitãozinho & Xororó, que regravaram Tente Outra Vez, mostram que seu legado transcende gerações e gêneros musicais.
A efeméride de 80 anos é marcada por homenagens, como a mostra inédita que será realizada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. A exposição revisita a trajetória do cantor, que também foi tema de filmes e séries, como o documentário O Início, o Fim e o Meio (2012) e a série Eu Sou Raul Seixas, protagonizada por Ravel Andrade e disponível no Globoplay.
Mesmo com uma carreira consagrada, Raul enfrentou uma vida pessoal conturbada, marcada pelo abuso de álcool e drogas, o que levou a complicações graves de saúde. Internado diversas vezes, chegou a passar por uma cirurgia para retirada parcial do pâncreas. Sua ex-mulher, Kika Seixas, relatou os desafios desse período no livro Coisas do Coração. Ainda assim, a imagem de Raul segue viva na cultura nacional, celebrando não apenas um cantor, mas um verdadeiro ícone da contracultura brasileira.



