O presidente dos Correios, Fabiano Silva, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (4), em meio a um cenário de dificuldades financeiras e supostas pressões políticas. A carta de renúncia foi entregue por Silva a assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. O presidente, que está no Rio de Janeiro, ainda não oficializou a saída, que deve ser concluída após uma conversa direta entre os dois.
Fontes próximas a Fabiano afirmam que a permanência dele no comando da empresa pública tornou-se insustentável, especialmente diante de articulações que envolveriam o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Ambos estariam pressionando por mudanças na presidência da estatal. Pessoas do entorno do agora ex-presidente também indicam que fatores de saúde contribuíram para a decisão.
A saída ocorre em um momento delicado para os Correios. A estatal enfrentou o pior desempenho financeiro entre todas as empresas públicas federais no primeiro trimestre de 2024, acumulando um prejuízo expressivo de R$ 1,7 bilhão. O rombo financeiro reacendeu debates sobre a eficiência da gestão e o futuro da empresa, constantemente citada em discussões sobre privatizações e reformas no setor público.
Com a iminente vacância na presidência, o governo deve intensificar as articulações para definir um novo nome para liderar os Correios, que enfrenta o desafio de recuperar sua saúde financeira e resistir à instabilidade política que cerca os cargos de direção em estatais.



