Após diversas derrotas empregadas pelo Congresso em pautas do Governo Federal, desta vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu dar o troco. Lula decidiu que não irá sancionar o projeto de lei complementar aprovado pelo Congresso em junho que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A informação foi confirmada por pelo menos quatro ministros próximos ao chefe do Executivo, de acordo com a colunista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo. Eles relataram que a decisão foi tomada no fim de semana, após semanas de avaliação e pressão por parte de aliados para que o presidente aprovasse a proposta.
Apesar dos apelos de auxiliares que consideravam a sanção uma forma de reduzir a tensão entre o governo e o Congresso, Lula optou por não apoiar o projeto, que enfrenta forte rejeição popular. Com essa decisão, Lula agora avalia se vetará o texto oficialmente ou se apenas deixará que o Congresso o promulgue.
Caso Lula apenas se abstenha de sancionar o texto, a promulgação ficaria a cargo do próprio Congresso, poupando o presidente de um embate direto. A decisão definitiva sobre o caminho a seguir ainda está em discussão no núcleo político do governo.
Nos bastidores do Planalto, o veto é defendido por ministros que veem na medida um gesto de sintonia com a opinião pública. Por outro lado, integrantes do governo temem um novo desgaste com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), principal defensor da proposta. A derrubada de um eventual veto no Congresso também significaria um novo atrito entre o Governo Federal e o Legislativo.



