A música brasileira acaba de ganhar um novo capítulo envolvendo dois grandes nomes: de um lado, o Grupo Clareou — referência no samba e pagode — e do outro, ninguém menos que Ivete Sangalo, uma das maiores artistas do país. O motivo? Uma disputa sobre o uso da marca “Clareou”, agora transformada em nome de turnê: “Ivete Clareou”.
O grupo, ativo desde 2010 e com marca devidamente registrada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), não gostou nada de ver o nome que os identifica estampando o título da nova turnê da cantora baiana. Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (8), a banda afirma que não houve qualquer consulta prévia ou autorização para o uso do nome — e que, mesmo após tentativas amigáveis de diálogo, a equipe de Ivete manteve o uso e ainda protocolou pedido de registro da marca.
Para os advogados do grupo, isso configura violação de direitos marcários — algo grave num mercado onde o nome é, muitas vezes, o maior patrimônio de um artista. A resposta agora vem em forma de medidas legais nas esferas cível e criminal, numa tentativa de resguardar o que o grupo considera ser seu por direito.
A turnê de Ivete, vale lembrar, foi anunciada como uma celebração do samba — e talvez aí esteja a origem do nome escolhido. A palavra “clareou” tem forte apelo simbólico dentro do gênero: remete à luz, à alegria, à redenção, à esperança. É comum em letras, refrões e versos que ecoam nas rodas de samba Brasil afora. Mas quando se trata de propriedade intelectual, o que é simbólico pode ter dono — e aí a arte encontra seus limites legais.



