A recém-lançada série sobre a vida e obra de Raul Seixas, um dos ícones do rock brasileiro, ganhou destaque nas plataformas de streaming — mas não sem polêmica. Em uma entrevista que está repercutindo nas redes sociais, o cantor Marcelo Nova, parceiro de Raul nos últimos anos de vida do artista, surpreendeu ao revelar que sequer assistiu à produção.
“Não tenho interesse nenhum em ver gente me representando, fazendo o meu papel, gente fazendo o papel dele”, disparou Marcelo, ao ser questionado se já havia assistido à série. A declaração gerou controvérsias entre fãs do Maluco Beleza e levantou um debate: até que ponto é possível retratar figuras tão intensas e complexas como Raul e seus parceiros sem cair na caricatura?
Marcelo Nova não é um personagem menor na história de Raul. Ao contrário: os dois gravaram juntos o emblemático álbum A Panela do Diabo, lançado em 1989 — poucos dias antes da morte de Raul. A parceria, marcada por amizade, composições e convivência intensa, tornou Marcelo uma testemunha privilegiada dos últimos momentos do cantor baiano.
“Eu estava com um cara do meu lado, velho, nós éramos amigos”, afirmou. “Isso é para quem não conhece direito.” A fala sugere um incômodo não apenas com a representação em si, mas com o distanciamento entre a ficção e a realidade vivida por quem realmente esteve ali.
Apesar do tom crítico, Marcelo Nova evitou julgar a qualidade da produção. “Eu não posso nem dizer se é bom, se é ruim, eu não assisti.” Do outro lado da conversa, o entrevistador declarou: “Eu posso dizer que a série é boa, eu gostei.”, marcando um contraste direto entre a visão do público e a de quem viveu a história de dentro.
A reação dividiu opiniões nas redes. Enquanto alguns internautas apoiaram Marcelo, afirmando que a memória de Raul merece respeito e fidelidade, outros defenderam a liberdade artística das adaptações biográficas.
