STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão por participação em trama golpista
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão por participação em trama golpista

Em seu voto divergente, Luiz Fux defendeu que não há provas suficientes para ligar Bolsonaro diretamente aos atos golpistas, apontando falhas na individualização das condutas

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou nesta quinta-feira (11) a pena de 27 anos e três meses de prisão para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A punição, a ser cumprida em regime inicial fechado, inclui 24 anos e nove meses de reclusão e dois anos e seis meses de detenção, além de 124 dias-multa de dois salários mínimos cada.

A dosimetria ocorreu após os votos dos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, que acompanharam Alexandre de Moraes, relator do caso, assim como Flávio Dino. O único voto divergente foi de Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro. Moraes classificou o ex-presidente como líder de uma organização criminosa que tentou implantar um projeto autoritário de poder e destacou que a pena foi reduzida pelo fato de Bolsonaro ter mais de 70 anos.

Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou Bolsonaro como líder da organização criminosa, destacando que ele atuou na elaboração da minuta golpista e pressionou comandantes militares para aderirem ao plano. Provas apresentadas incluíram a reunião ministerial de julho de 2022, em que o então presidente cobrou de auxiliares o uso da máquina pública para descredibilizar o processo eleitoral, além de evidências de uso da Polícia Rodoviária Federal para dificultar a votação em redutos de Lula.

Os ministros que votaram pela condenação consideraram robustas as provas de que Bolsonaro incentivou ataques ao Judiciário e inflou apoiadores a atos violentos contra os Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Alexandre de Moraes destacou ainda a minuta golpista que previa a prisão de ministros do STF, a revogação das eleições e a convocação de novas eleições sob tutela militar. Já Flávio Dino citou o “plano Punhal Verde e Amarelo”, que incluía até o assassinato de autoridades como Lula, Moraes e Alckmin.

Em seu voto divergente, Luiz Fux defendeu que não há provas suficientes para ligar Bolsonaro diretamente aos atos golpistas, apontando falhas na individualização das condutas. Para ele, a acusação extrapolou ao enquadrar o ex-presidente no crime de golpe de Estado, sustentando que a figura do “autogolpe” não tem respaldo legal. A defesa de Bolsonaro nega todas as acusações e afirma que recorrerá da decisão.

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