Caso não pudesse escrever mais nada, o título da coluna já resumiria a situação atual do ex-presidente da República. Com a condenação por 4×1 no Supremo Tribunal Federal (STF), a carreira política de Jair Bolsonaro está enterrada. Não há exumação ou retroescavadeira que possam mudar essa situação. E esta é uma realidade que precisa ser encarada, principalmente, por seus apoiadores.
A defesa de Bolsonaro disse que a pena é abusiva e que irá recorrer da decisão, mas a grande verdade é que tal decisão dificilmente será revertida. Talvez o que possa ser feito, no máximo, seja um abrandamento da pena do ex-presidente e dos demais envolvidos na trama golpista, como prisão domiciliar ou algo nesse sentido.
Porém, mesmo que, na melhor das hipóteses para Bolsonaro, haja algum abrandamento, ele continua inelegível por muitos anos, o que coloca um ponto final em sua trajetória política. A Corte poderia estabelecer algumas normas para limitar a atuação política de Bolsonaro nesse sentido, como uma “condicional” na qual ele não poderá utilizar redes sociais nem participar de eventos políticos. Aliás, de certa forma, isso já foi estabelecido e provavelmente se manterá independentemente do destino dele.
Assim, fica difícil enxergar qualquer possibilidade de que ele volte a disputar algum cargo nas próximas eleições. Com uma eventual limitação em sua atuação nos bastidores, isso também acaba sendo mais uma das “pás de terra” sobre a carreira política de Bolsonaro. O que permanece, contudo, é o bolsonarismo. Este, que deixou de ser um movimento em torno do ex-presidente há muito tempo, continuará existindo por mais alguns anos. E certamente a condenação será usada como discurso político.
