Ao menos dois barcos de uma flotilha internacional pró-Palestina foram interceptados pela Marinha israelense a cerca de 120 quilômetros da costa de Gaza, na noite desta quarta-feira (1º). As embarcações faziam parte da chamada Flotilha Global Sumud, que reúne mais de 40 navios civis e cerca de 500 ativistas, parlamentares, advogados e artistas que tentavam romper o bloqueio marítimo imposto ao território e entregar ajuda humanitária.
Entre os integrantes estão nomes de destaque, como a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau, além dos atores Susan Sarandon e Liam Cunningham. Ao todo, 13 brasileiros também participam da iniciativa. Pouco antes de ser detida, Thunberg gravou um vídeo publicado no Instagram: “Estamos prestes a ser interceptados por Israel.”
O navio Alma, considerado o principal do comboio, foi um dos primeiros a ser abordado, e sua tripulação detida. O comitê brasileiro que participa da ação divulgou nota afirmando que navios israelenses teriam bloqueado propositalmente os sistemas de comunicação da frota, dificultando transmissões de emergência e a cobertura ao vivo da operação.
Imagens transmitidas até o momento da abordagem mostravam passageiros com coletes salva-vidas aguardando a interceptação. Logo depois, a transmissão foi cortada. “Nossos navios estão sendo interceptados ilegalmente”, informou uma das últimas mensagens postadas pela organização da flotilha.
De acordo com a Polícia Civil israelense, os comandantes das embarcações foram instruídos a redirecionar os barcos para o porto de Ashdod, de onde a carga de ajuda poderia ser encaminhada a Gaza. Os ativistas, no entanto, insistiam em seguir até o destino original.
Relatos de bordo mencionaram que pelo menos 20 navios de guerra israelenses se aproximaram da flotilha, formando um cerco e ordenando o desligamento dos motores. Yasemin Acar, integrante da coordenação do grupo, declarou ao jornal britânico The Guardian: “Eles estão próximos, cercando o Alma em ambos os lados. Estamos prontos para sermos interceptados.”
A interceptação ocorreu em águas internacionais ao norte do Egito, numa área já classificada anteriormente por Israel como “zona de risco”, onde outras tentativas semelhantes foram barradas no passado.