O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou Guilherme Selister, conhecido como o “golpista do Tinder”, a cinco anos, cinco meses e cinco dias de prisão em regime semiaberto pelo crime de estelionato continuado. Ele também deverá pagar indenizações que somam R$ 240,4 mil, valor que, com correção e juros, ultrapassa R$ 360 mil.
Segundo a sentença do juiz Luiz Felipe Lemos Almeida, Selister se aproveitava da confiança e da vulnerabilidade emocional das vítimas, mantendo relacionamentos fictícios com o intuito de obter vantagens financeiras. Ele utilizava perfis falsos em redes sociais e aplicativos de namoro, nos quais se apresentava como médico, militar, engenheiro ou nutricionista, ajustando a identidade de acordo com o perfil da mulher que desejava enganar.
As investigações revelaram que o réu chegou a forjar documentos e conversas com um suposto neurologista, simulando a necessidade de uma cirurgia cerebral urgente para justificar pedidos de dinheiro. As vítimas relataram prejuízos entre R$ 9 mil e R$ 100 mil, enquanto um casal de empresários perdeu R$ 85 mil e 10% de participação em uma academia.
No total, cinco vítimas foram reconhecidas formalmente pela Justiça, embora existam registros de até 12 mulheres que procuraram a polícia. Além dos golpes afetivos, Selister também responde a um inquérito por ameaça contra um jornalista que noticiou o caso.
O acusado não compareceu à audiência de julgamento, realizada em 10 de setembro, e não apresentou justificativa. Ele é representado pela Defensoria Pública e poderá recorrer da decisão em liberdade.