Um incidente de grandes proporções ocorreu na Cadeia Pública de Porto Alegre, quando 228 presos conseguiram escapar das celas e tomar uma galeria após uma falha de segurança no início de outubro. O episódio aconteceu no módulo controlado pela facção Os Manos, e só foi controlado após negociações que resultaram na concessão de alguns privilégios aos detentos.
De acordo com informações apuradas, a rebelião começou no dia 1º de outubro, quando os presos, aproveitando um momento de distração dos agentes durante a coleta de panelas após o almoço, subiram nas portinholas das celas e destrancaram os cadeados superiores. A operação durou cerca de 45 minutos, período em que o setor ficou sem vigilância direta.
As falhas no posicionamento e na vedação dos cadeados, aliados à ausência de monitoramento efetivo pelas câmeras, facilitaram a ação. Os presos chegaram a dominar toda a galeria, mas não conseguiram ultrapassar o portão principal da área. Durante as negociações para o retorno às celas, eles exigiram a manutenção de “facilitadores” — presos com funções de interlocução entre os detentos e a administração, prática herdada do antigo Presídio Central.
Após o episódio, o servidor responsável pela supervisão do turno foi afastado, mas parte dos funcionários da cadeia afirma que o problema decorre de falta de orientação técnica e de falhas na gestão da unidade.