O furacão Melissa ganhou força nas últimas horas e avança pelo mar do Caribe com potencial para se tornar uma das tempestades mais violentas já registradas na região. O fenômeno ameaça especialmente a Jamaica e o sul do Haiti, onde são esperados ventos acima de 250 km/h, chuvas volumosas e elevação perigosa do nível do mar.
Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Melissa deve alcançar a categoria 5 antes de atingir o território jamaicano. O sistema já provocou inundações e deslizamentos na República Dominicana e no Haiti, resultando em ao menos duas mortes. As projeções indicam volumes de chuva que podem superar os 700 milímetros e marés de tempestade com elevação de até quatro metros.
O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, afirmou que o país vive “um momento de apreensão legítima” e pediu que a população busque abrigo seguro. Escolas foram fechadas e abrigos públicos reforçados nas principais cidades costeiras, como Kingston, Montego Bay e Port Royal.
A meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, alertou que a lentidão do sistema aumenta o risco de danos severos. “A Jamaica pode enfrentar ventos destrutivos por até três dias consecutivos, com acumulados de chuva que ultrapassem mil milímetros nas áreas mais elevadas”, explicou. Segundo ela, a combinação de águas oceânicas acima dos 30 °C e estrutura compacta do furacão cria condições para uma destruição generalizada.
Imagens de satélite da NOAA e da Colorado State University (CSU/CIRA) mostram o olho do furacão a cerca de 190 quilômetros ao sul de Kingston, com rajadas próximas dos 300 km/h. O NHC prevê que o sistema atravesse a ilha de sudoeste a nordeste antes de seguir rumo a Cuba, Bahamas e Turks e Caicos.
Especialistas comparam o poder de Melissa ao do furacão Gilbert, que devastou a Jamaica em 1988. O cenário é de risco elevado para deslizamentos em áreas montanhosas e possíveis colapsos em energia e telecomunicações.
No Haiti, o risco principal é de enchentes e deslizamentos, agravados pela vulnerabilidade estrutural e pela crise humanitária que o país enfrenta. Autoridades locais pedem que a população das áreas de risco busque refúgio imediatamente.
O NHC mantém alerta máximo para a Jamaica e partes do Haiti e de Cuba. O órgão reforçou que a prioridade é a proteção de vidas, já que a intensidade e a lentidão do sistema aumentam a probabilidade de impactos devastadores.



