O traficante Marcinho VP, apontado como líder do Comando Vermelho, se manifestou por meio de uma página no Instagram para criticar a megaoperação policial realizada nas favelas da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Em uma das publicações, que mostrava imagens de corpos das vítimas, ele escreveu: “Hoje, o Rio virou cenário de luto e indignação. A favela pede paz!” Em outra postagem, afirmou: “O que aconteceu no Complexo do Alemão e da Penha tem nome: chacina!” Preso desde 1996, condenado por homicídio e esquartejamento de rivais, Marcinho VP nega, por meio de seus advogados, ainda ter ligação com a facção criminosa.
O filho de Marcinho VP, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, também criticou a ação em suas redes sociais, chamando-a de “a maior chacina da história do Rio de Janeiro”. Em vídeo, ele afirmou que “matar bandido vende muito” e que essa é “a política mais vendida do país”, apontando que ele, o pai e os mortos no confronto seriam “reflexos de uma sociedade doente”. As declarações geraram ampla repercussão e reacenderam o debate sobre a violência policial e o papel do Estado nas comunidades cariocas.
A operação, que tinha como alvo lideranças do Comando Vermelho — entre elas Edgar Alves de Andrade, o Doca, que segue foragido —, deixou diversos mortos. Na manhã desta quarta-feira (29), moradores da região levaram cerca de 70 corpos até uma praça na Penha em forma de protesto. As autoridades afirmam que a ação foi necessária para desarticular o núcleo de comando do tráfico na capital fluminense, mas entidades de direitos humanos classificaram o episódio como uma das maiores tragédias urbanas do estado.



