O atendimento a pacientes com doença de Parkinson no Centro Multiprofissional da Ulbra Canoas inspirou a estudante de Fisioterapia Jaqueline Melo, de 29 anos, a desenvolver uma pesquisa sobre o uso de tecnologias digitais como ferramenta terapêutica. O estudo, intitulado “O impacto da realidade virtual não imersiva na velocidade da marcha, equilíbrio dinâmico, quedas e qualidade de vida em indivíduos com doença de Parkinson”, analisa os efeitos positivos dos jogos eletrônicos no tratamento fisioterapêutico.
As sessões, realizadas semanalmente às segundas e quartas-feiras, utilizam jogos de videogame que simulam atividades físicas como bambolê, caminhada e boxe, buscando estimular a coordenação e o equilíbrio dos pacientes. De acordo com Jaqueline, os primeiros resultados já apontam melhoras perceptíveis na estabilidade e no controle motor. “Percebemos avanços especialmente com o bambolê e a plataforma. O medo de cair diminuiu, e os movimentos estão mais firmes. Ainda farei uma reavaliação comparando com os dados iniciais”, explica a acadêmica, que apresentará os resultados em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em dezembro.
A fisioterapeuta e professora da Ulbra, Simone Poletto, orientadora do projeto, destaca que o uso da realidade virtual no contexto clínico tem se mostrado um importante aliado na reabilitação de pacientes com doenças neurológicas. “O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em idosos, atrás apenas do Alzheimer. Os jogos eletrônicos contribuem para o estímulo de movimentos, favorecendo a melhora de aspectos motores e cognitivos”, pontua.
Além dos benefícios terapêuticos, a docente ressalta o impacto da vivência prática na formação dos alunos. “Eles aprendem a avaliar respostas individuais, adaptar exercícios e desenvolver raciocínio clínico. É essa combinação entre técnica e sensibilidade humana que forma profissionais preparados para o mercado”, observa Simone.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 8,5 milhões de pessoas no mundo vivem com Parkinson, sendo cerca de 200 mil no Brasil. Embora não exista cura, o tratamento multidisciplinar — envolvendo fisioterapia, acompanhamento médico, terapia ocupacional e apoio psicológico — é essencial para retardar o avanço da doença e garantir melhor qualidade de vida.
Um exemplo é o do professor aposentado José Silvio da Silva, de 62 anos, diagnosticado há dois anos e participante do projeto. “Mesmo quando estou cansado, não deixo de vir. As atividades são dinâmicas e me ajudaram a ter mais equilíbrio, disposição e bom humor. Não podemos ficar parados”, relata.
O Centro Multiprofissional da Ulbra Canoas atua como clínica-escola, oferecendo atendimentos fisioterapêuticos individuais e em grupo com supervisão profissional. As atividades têm baixo custo e estão disponíveis à comunidade.
📍 Endereço: Avenida Farroupilha, 8.001 – prédio 22, térreo (ao lado do Hospital Universitário)
📞 Agendamentos: (51) 3477-9198 | WhatsApp: (51) 98479-0280
 
								 
															


