A Justiça do Rio Grande do Sul manteve a condenação de 175 anos de prisão em regime fechado para David Silva Lemos, responsável pelo assassinato dos quatro filhos menores de idade em Alvorada. O Tribunal negou o recurso apresentado pela defesa, que alegava que o veredito do júri havia sido contrário às provas dos autos e pedia novo julgamento. A decisão, publicada em 30 de outubro, confirma o entendimento do júri realizado em maio deste ano, que reconheceu a autoria e a materialidade dos crimes.
De acordo com o Ministério Público do Estado (MPRS), que atuou pela manutenção da sentença, as provas técnicas e testemunhais confirmaram a crueldade e a premeditação dos homicídios. As vítimas — Yasmin (11 anos), Donavan (8), Giovanna (6) e Kimberlly (3) — foram mortas dentro de casa, no bairro Piratini. Três delas apresentavam ferimentos por arma branca, e uma, sinais de asfixia. O acórdão destacou que os crimes ocorreram em um ambiente que deveria representar proteção e afeto, ressaltando o caráter “extremamente perverso” do ato.
O documento judicial também aponta traços de personalidade “manipuladora e dissimulada” em Lemos, conforme laudo técnico, e rejeitou todos os pedidos da defesa, mantendo a pena máxima pela gravidade dos fatos. A decisão reforça que o réu não poderá recorrer em liberdade. A condenação de 175 anos é uma das mais altas já registradas pela Justiça gaúcha, e, segundo o MPRS, representa a resposta judicial necessária diante da brutalidade do crime.



