As forças armadas dos Estados Unidos realizaram, na quinta-feira, mais um ataque contra um suposto barco de narcotráfico no Caribe, resultando na morte de três pessoas. A operação, anunciada pelo chefe do Pentágono, Pete Hegseth, eleva para pelo menos 70 o número de mortos desde o início da controversa campanha antidrogas conduzida por Washington. Segundo Hegseth, o ataque foi realizado em águas internacionais e teve como alvo “uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada”.
De acordo com o Pentágono, os Estados Unidos já destruíram 18 embarcações na região, incluindo 17 navios e um semissubmersível. Apesar disso, o governo americano ainda não apresentou provas concretas de que os alvos eram de fato ligados ao narcotráfico ou representavam ameaças diretas ao país. Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), Hegseth enviou um recado direto aos grupos que ele chama de “narcoterroristas”: “Se quiserem continuar vivos, parem de traficar drogas. Se continuarem traficando drogas letais, nós os mataremos”.
A escalada militar inclui o envio de seis navios da Marinha ao Caribe, caças F-35 para Porto Rico e o deslocamento do grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford para a região. Enquanto Washington defende as ações como parte de uma ofensiva contra o tráfico internacional, governos locais e familiares das vítimas afirmam que muitas das pessoas mortas eram civis, incluindo pescadores. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, voltou a acusar os Estados Unidos — e o ex-presidente Donald Trump, em especial — de usar a campanha antidrogas como pretexto para tentar desestabilizar seu governo.



