As águas que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024 deixaram marcas profundas além das perdas físicas. O tema do adoecimento mental pós-tragédia foi debatido em audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, sob proposta do deputado Elizandro Sabino (PRD). A reunião teve como objetivo avaliar as medidas tomadas pelo governo e propor soluções de assistência às vítimas.
De acordo com profissionais da psiquiatria e da medicina, o número de casos de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático aumentou significativamente após o desastre. A médica Ana Cristina Tietzmann afirmou que o sofrimento coletivo exige um plano técnico para futuras crises, destacando o impacto ampliado por eventos extremos e pela pandemia.
O médico Ricardo Nogueira, do Sindicato Médico do RS, relatou carência de recursos e especialistas em emergências, especialmente na Região Metropolitana. Já o defensor público Guilherme Mariani apontou que o Estado é o último do país em número de psicólogos e assistentes sociais nas escolas, mesmo com o crescimento das ações judiciais ligadas à saúde mental.
Em resposta, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou o repasse emergencial de R$ 11,1 milhões, a formação de 185 equipes de atendimento e a ampliação de leitos psiquiátricos e CAPs em municípios como Porto Alegre, Eldorado do Sul e Cachoeira do Sul. A iniciativa busca fortalecer o suporte psicológico às comunidades afetadas pela enchente.
ALRS.



