Imagens de câmera corporal revelam os momentos que antecederam a morte de Herick Cristian da Silva Vargas, 29 anos, em setembro, no bairro Santa Fé, zona norte de Porto Alegre. As gravações registram cenas da abordagem policial dentro da residência. Herick, que tinha diagnóstico de esquizofrenia e estaria em surto, foi baleado após interação com os agentes. Nesta segunda-feira (10), a Polícia Civil concluiu que os policiais militares agiram em legítima defesa, encerrando o inquérito sem indiciamentos.
O relatório final agora segue para a Justiça, que decidirá sobre o encaminhamento ao Ministério Público. Caso o MP concorde com a tese de legítima defesa, o caso será arquivado. Em nota, a Polícia Civil afirmou que, após análise minuciosa dos elementos reunidos, a atuação dos brigadianos observou os protocolos de uso diferenciado e progressivo da força. O entendimento acompanha a apuração paralela feita pela Corregedoria da Brigada Militar, que já havia concluído que os agentes tentaram dialogar, utilizaram arma de choque e, posteriormente, efetuaram quatro disparos de arma de fogo.
Os vídeos mostram que, ao chegar ao local, os policiais encontraram Herick sentado ao lado da mãe. A conversa dura cerca de dois minutos, até que o homem se levanta, questiona os agentes e pede que atirem. Ele é atingido por uma arma de choque, cai no chão e, logo depois, ocorrem os tiros. A mãe, desesperada, grita que chamou a polícia para ajudar, não para matar o filho. O Samu chegou minutos depois, mas Herick morreu dentro de casa. A Brigada Militar relatou que a própria mãe acionou a corporação e informou que o filho estava agressivo após consumir cocaína, em um episódio de violência doméstica.
Com o encerramento do inquérito, os dois policiais envolvidos, que estavam afastados desde setembro, podem retornar ao trabalho. Segundo GZH, tanto a Polícia Civil quanto a Brigada Militar destacaram que o conjunto de provas, incluindo vídeos, depoimentos e laudos periciais, sustentou a conclusão de que os agentes seguiram os protocolos recomendados. A BM afirmou ainda que lamenta o episódio e reforçou seu compromisso com a segurança da população, mencionando que o laudo toxicológico apontou alta concentração de cocaína, o que, combinado à crise de esquizofrenia, teria intensificado o descontrole de Herick.



