Duas pessoas acusadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foram condenadas pelo Tribunal do Júri de Passo Fundo pelo assassinato de três integrantes da mesma família, ocorrido em 19 de maio de 2020, no bairro Cohab. Os irmãos, apontados como mandantes do crime, receberam penas de 74 anos, um mês e 15 dias, e 68 anos, um mês e 15 dias de reclusão, em julgamento que se estendeu até a madrugada deste sábado (15).
A acusação foi conduzida pelos promotores de Justiça Valério Cogo e Leonardo Giardin, do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPRS. As vítimas — Diênifer Padia, 26 anos, seu cunhado Alessandro dos Santos, 35, e a adolescente Kétlyn Padia dos Santos, 15 — foram mortas por asfixia dentro da residência da família. Segundo a investigação, Diênifer era o alvo principal da ré, que mantinha um relacionamento extraconjugal com o marido da vítima e teve um filho com ele. Alessandro e Kétlyn foram assassinados como forma de “queima de arquivo” para eliminar testemunhas. Os irmãos contrataram executores e planejaram cada etapa do crime.
Durante o júri, iniciado na quinta-feira (12), a dupla foi condenada por três homicídios triplamente qualificados, incluindo motivo fútil, pagamento ou promessa de recompensa, asfixia e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Eles estavam foragidos desde 2020 e foram presos no fim de 2024, após mais de quatro anos de buscas. O caso já havia resultado em outras condenações: o marido da ré, apontado como coautor intelectual, recebeu pena de 69 anos e seis meses em 2022; um ex-policial militar responsável pela intermediação com os executores foi condenado a 57 anos em setembro deste ano; e uma quarta acusada foi absolvida.



