A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira (1º) sua primeira diretriz sobre o uso de terapias com agonistas de GLP-1 — as chamadas canetas emagrecedoras — para o tratamento de longo prazo da obesidade, condição que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. A orientação surge em meio ao aumento global na demanda por esses medicamentos e ao debate nos governos sobre como incorporá-los aos sistemas de saúde pública.
A diretriz inclui duas recomendações principais: o uso de medicamentos GLP-1 por adultos com obesidade, exceto gestantes, e a adoção obrigatória de intervenções complementares, como alimentação saudável e atividade física. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a nova orientação reforça que a obesidade é uma doença crônica que exige cuidados abrangentes e contínuos. Ele ressaltou que, embora os remédios não resolvam sozinhos a crise global, podem ajudar milhões de pessoas a controlar a condição e reduzir riscos associados.
A OMS também chamou atenção para os desafios de acesso às terapias, apesar de a agência já ter incluído substâncias como semaglutida, tirzepatida e liraglutida em recomendações recentes. O custo econômico da obesidade poderá chegar a US$ 3 trilhões por ano até 2030, enquanto a previsão é de que menos de 10% das pessoas que poderiam se beneficiar das terapias GLP-1 tenham acesso a elas até o final da década. Em 2026, a organização pretende trabalhar com governos para priorizar pacientes com maior risco à saúde e ampliar a disponibilidade dos tratamentos.



