O fim do ano costuma parecer festivo, mas, para muitas pessoas, também representa um período de grande sobrecarga emocional. Metas acumuladas, trânsito mais intenso, demandas profissionais e uma agenda cheia de confraternizações criam um ritmo acelerado que desgasta o corpo e a mente. É justamente nessa época que muitos começam a sentir a “bateria social” chegar ao fim. Não por acaso, especialistas observam que novembro e dezembro são os meses em que mais pessoas procuram ajuda psicológica, muito mais do que no início do ano.
Os primeiros sinais de esgotamento aparecem de forma silenciosa: mudanças no sono, irritabilidade, crises de ansiedade e dificuldade de desacelerar. É aquela sensação de estar com o corpo presente, mas com a mente em constante aceleração. A pressão amplia ainda mais quando somada ao universo das redes sociais, onde desfiles de festas perfeitas, viagens impecáveis e rotinas idealizadas criam uma falsa noção de felicidade obrigatória. A comparação constante alimenta frustração, insuficiência e a ideia de que é preciso corresponder a padrões que não condizem com a realidade.
O excesso de compromissos sociais intensifica o problema. Entre confraternizações do trabalho, amigo secreto entre amigos, encontros familiares e festas de diferentes grupos, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer “sim” para tudo, ultrapassando seus limites emocionais sem perceber. Fazer escolhas conscientes é essencial para evitar esse desgaste: priorizar eventos que realmente proporcionam bem-estar e estar perto de pessoas que geram acolhimento — e não daquelas que drenam energia com fofocas, competição ou ambientes desconfortáveis — pode transformar completamente a forma como vivemos o fim do ano.
Reconhecer esses sinais e ajustar o ritmo é um ato de autocuidado. O período pode ser leve, desde que você respeite seus próprios limites e não se cobre acompanhar o frenesi ao redor. Desacelerar também faz parte de terminar o ano bem.



