O repasse de R$ 1 milhão da prefeitura de Vacaria para o Rodeio Internacional se tornou o principal assunto na cidade, e não por acaso. Em meio a críticas crescentes da população, a decisão da atual gestão reacende um debate antigo: qual deve ser a prioridade do dinheiro público?
A insatisfação é evidente. Moradores apontam problemas urgentes na saúde, na educação e na infraestrutura, e questionam por que um valor tão alto está sendo destinado a um evento. “É revoltante ver tanto dinheiro ir para o rodeio enquanto faltam médicos e sobram buracos”, dizem alguns sobre o clima geral nas redes sociais e rodas de conversa.
A repercussão também reacende um debate sobre a coerência na cobrança por uso de dinheiro público. Em edições recentes de outros eventos tradicionais do município, a Festa da Maçã e o Festival de Balonismo, também houve repasses que ultrapassaram a casa do milhão de reais para a contratação de shows e atrações.
Justamente por isso, surge um questionamento importante:
Por que a população de Vacaria não tem benefícios diretos durante o rodeio?
Descontos, meia-entrada para moradores, áreas exclusivas ou contrapartidas sociais poderiam, e deveriam, ser debatidas. É um caminho possível, viável e que valorizaria quem vive na cidade.
Esse debate precisa acontecer na Câmara de Vereadores, com propostas concretas e transparentes para equilibrar as contas públicas, fortalecer a cultura local e, ao mesmo tempo, garantir que o retorno chegue às pessoas que financiam tudo isso: os cidadãos.
No fim das contas, a equação é simples: o rodeio é importante, mas o povo também é.
Se o dinheiro sai do bolso da população, precisa voltar para ela em forma de benefício real.



