Essa terça-feira está movimentada no Beira-Rio e marcou não apenas a saída de José Olavo Bisol, mas também a de André Mazzuco, Diretor Executivo de Futebol, que deixou o cargo no mesmo dia como parte da chamada “reorganização” do departamento. Andrés D’Alessandro, também deixou o cargo de Diretor Esportivo agora à noite, por motivos pessoais — segundo o próprio Inter. Bisol, vice de futebol e um dos rostos mais associados à crise colorada, já não tinha condições de permanecer. A saída de Mazzuco, por sua vez, reforça que até quem chegou para qualificar o setor acabou engolido pelo caos desta gestão.
As duas demissões mostram que algo começou a se mexer — mas ainda muito longe de onde realmente deveria. Porque o verdadeiro problema permanece intocado na cadeira mais alta do Beira-Rio: Alessandro Barcellos. Presidente de uma gestão marcada por erros em sequência, escolhas desastrosas e promessas não cumpridas, Barcellos segue alheio ao caos que ajudou a construir. O Inter escapou do rebaixamento no domingo (7) graças ao trabalho brilhante de Abel Braga, que assumiu como último recurso para impedir uma tragédia anunciada. Mas sobreviver à Série A não limpa o histórico recente, não reescreve os equívocos e não apaga a condução irresponsável que levou o Colorado ao limite do precipício.
Deixar Barcellos no comando após tudo isso é não apenas um risco enorme, como uma loucura. A permanência do time na elite trouxe alívio, mas não pode virar desculpa para manter uma gestão que quase levou o clube ao colapso e desgastou até nomes que tentavam ajudar. Se Bisol caiu e Mazzuco saiu, é insustentável que Barcellos continue como se nada tivesse acontecido. Se o presidente realmente acredita no futuro do Inter, deveria reconhecer que o seu ciclo acabou. E, se não o fizer, cabe ao conselho tomar uma atitude.
